História do Exú Mirim Calunguinha
História do Exú Mirim Calunguinha
Escrito por Exú Mirim Calunguinha
em resposta sobre sua história ao seu aparelho Juliano da Silva, médium da
corrente da Casa de Caridade de Umbanda Sagrada Vovó Joaquina e Mariazinha da
Beira da Praia (SP).
“Minha primeira existência foi
próximo ao espirito de luz ter subido ao plano superior, vivi na Persa Antiga,
próximo a Mesopotâmia, servi os exércitos do Marajá nas suas conquistas. Com o
tempo, reuni uma série de homens de confiança, onde iniciei uma empreita
própria, onde o saque e lutas eram mais vantajosos que lutas territoriais
constantes. Fiz da morte uma amiga e aliada, pelo menos até o momento em que
ela se voltou contra mim.
Após um grave ferimento a um
palmo do coração, que viera de um dos homens de tanta confiança, tombei em
combate, ainda não coberto pela morte, senti meu corpo na pira e deixado para
trás, o cheiro, o som das chamas, a dor, tudo se passou por mim, mas o pior
viria a seguir.
Minha queda no umbral sofri por
tempo indeterminado, até em suplica pedir auxílio por uma nova oportunidade,
agraciado fui tratado e agraciado a uma nova existência.
Voltei em um dos subúrbios de
Londres, a peste negra assolava a cidade, perdi os pais ainda pequeno e sozinho
me uni a um grupo de garotos que também perderam os pais para a peste. Com medo
dos reformatórios e internatos, fugimos.
Nestas situações eu não tinha
escolha, precisava roubar, furtar e poucas e ainda indignas vezes matar. Dentro
desta vida me deprimi, vez que sentia que minha escolha era errada, meus atos
eram errados, mas o que fazer?
Em uma das vezes os garotos
maiores implicaram comigo e fizeram que eu roubasse um homem, próximo ao porto
junto a linha férrea. Cheio de raiva e culpa, fui. Mas o homem já sabia e
durante o ato cai na linha, batendo a cabeça e caindo nas águas.
Novamente no umbral, não mais era
o garoto, novamente eu era o persa que morreu traído. O Sr. Caveira diz que
isso deve-se ao fato de não ter aceitado as falhas da última vida. Mas,
voltando ao umbral, vaguei, sofri, açoitado pelos demônios de minha alma, até
que enquanto me escondia dos dragões o vi, uma luz forte e intensa, que me deu
esperança. Cai aos seus pés implorando ajuda e auxílio, gastei o que me restava
naquele ato e desacordei.
Despertei em uma estrutura com
forte luz natural, com aquele ser ao meu lado, ele me ajudara, clamei mais uma
chance. O mesmo me disse que pensaria, pois precisava falar com um homem e isto
era inadiável. Saiu da sala e o vi cumprimentar um homem de cabelos calvos e
roupas longas, depois me explicará que se tratava de um frei, acho que este é o
nome. E em resposta ao meu pedido, ele me disse que me ajudaria e isso custaria
uma dedicação minha e que deveria seguir o que ele dizia sem oposições. Com
medo e desespero, aceitei. Pela primeira vez vi um esboço de sorriso, ele
posicionou uma das mãos no alto da minha cabeça e outra no centro do meu peito
espalmada e disse:
“Vou suprimir seus chacras para
que sua natureza violenta seja contida, você será parte da inocência deturbada,
oposta, será responsável por dissipar energias e injustiças, será o aliado da
morte, a faca que corta o fio da vida, da doença, do erro. Você será a
intenção, pois essa que o trouxe a mim para uma mudança, você será o
Calunguinha, mas tolo aquele que o subestimar.”
Daquele dia em diante auxiliei
Sr. Caveira, realizei coisas péssimas, mas junto ao Sr. Caveira achei o meu
lugar, atingi minha mudança porque tive a intenção de mudar, a intenção de dar
o auxílio. Hoje sou a intenção, o caminho dos que crê em mim. Já conquistei a
minha luz, mas mirim eu sou, afinal todos tem o seu lugar e o meu é aqui.”
Lembrando que não estamos aqui
para discutir, defender ou desmerecer as outras histórias de exu Mirim, cada
guia possui seus mistérios e suas particularidades, esta é apenas mais uma
história para ilustrar aos umbandistas que interessam-se pelos mistérios que
esta linha trás.
Qual era o nome do exu exu calunguinha quando era vivo
ResponderExcluirQual era o nome de Exu Calunguinha em outras vidas passadas
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